A mídia golpista, incansável, agora reclama de Haddad, depois da decisão do Tribunal Superior Eleitoral que cassou Lula no seu legítimo direito de disputar as eleições. Haddad ainda é candidato a vice, e não poderia participar da propaganda eleitoral na TV, como se candidato a presidente fosse. Não querem admitir que o Tribunal Eleitoral assim age para salvaguardar suas aparências, já que atentaram contra a democracia tirando Lula da eleição presidencial com ele à frente das pesquisas para ganhar até no primeiro turno, cassando o direito do povo em sagrá-lo como Presidente da República. O que seria uma desmoralização para a canalha corrupta que empreendeu o golpe, como se não bastasse Aécio Neves liberado do cárcere e com seus direitos políticos mantidos, ambas as regalias concedidas graças à ministra Cármen Lúcia. O Tribunal também virou as costas ao Comitê dos Direitos Humanos da ONU e pôs o Brasil na rota da ilegalidade internacional como se nosso presidente fosse o Trump. Ficaria por demais evidenciada a perseguição a Lula, daí permitir a veiculação da propaganda de Haddad como se presidente fosse, além da abundância de imagens de Lula e cenas gravadas de antes de sua prisão, com a massa de máscara de Lula, gritando “somos todos Lula!”. Os juízes sabem, mas nada confessam quanto ao teor fraudulento do processo de Moro que incriminou Lula, o que por si só descaracterizaria a prisão, e que existem exceções concedidas pelo Poder Judiciário, indiscriminadamente, a políticos condenados em segunda instância, que disputaram eleições e tomaram posse quando vencedores. Restou a última aposta de que não haverá, na integralidade, a transferência automática de votos do Lula para Haddad. Da mesma forma, e para acomodar os ânimos do impeachment em fervura, o Supremo Tribunal Federal, através do ministro Lewandowski, permitiu que a presidenta deposta não perdesse seus direitos políticos, conforme prescrito na lei especifica, e Dilma pudesse se candidatar ao Senado por Minas Gerais e vencer, humilhando Aécio e a maior parte corrupta do Congresso. Quem disse que o Poder Judiciário é exclusivamente um organismo técnico está mentindo. É um tribunal também político, que pode alternar para tribunal de exceção, e não adianta não querer enfiar a carapuça, pois ninguém mais acredita. A novidade no presente momento é a ditadura do Judiciário a interferir no curso da democracia ao feitio dos que mandam no país, encobertos por uma cortina de fumaça sinistra.