Um pequeno detalhe. Os eleitores promoveram um sério expurgo na classe política, mas pensando votar no novo, a exemplo do partido Novo, quando em ambos os casos nada de novo acontece no front. A ênfase no uso de armamentos, a dar um fim no caos da insegurança, a pôr o país em ordem, sem que fosse apresentado um programa ou proposta sequer através do trio protagonista Bolsonaro, Mourão e Paulo Guedes (Posto Ipiranga), brigando entre si o tempo todo. Por enquanto, a imagem é pitbull, miliciana, fascista, cujas dúvidas giram entre violar ou violentar.
Pela primeira vez, corremos o perigo de ter o primeiro presidente fascista em tempos republicanos, acompanhando a onda de conservadorismo que já assola o mundo, o que implica em suprimir os direitos trabalhistas, agredir os direitos humanos, na rendição aos propósitos neoliberais a se imporem na economia, na censura às artes e ao que é escrito em mídias diversas. O receio maior é o fortalecimento dos milicianos para atuar no policiamento institucional, o elo entre polícia e bandido.
São cerca de 46% de votos no 1º turno dados a Bolsonaro, eivados de ódio e antipetismo contra aproximadamente 29% do petista Haddad. O PSDB se afundou por completo, especialmente em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, já que no Nordeste não apita. Igualmente o PT não conseguiu eleger Dilma, Suplicy e Lindberg para o Senado. O país adernou para a direita, ou seja, “endireitou”.
Embora tudo seja uma questão de mentalidade e suas consequências funestas a respeito de um candidato que sempre se dirige ao cidadão de forma agressiva e com cara de mau, e que transformar-se-á num personagem como presidente, se eleito, devemos respeitar a decisão do eleitor. O cerne da democracia, que costuma ter costas largas para aguentar os disparates da classe política. Mesmo que venha de um político de longa carreira disputando eleições, mas que se considera um estranho no ninho, a despeito de apregoar a ditadura.