Bastou Eduardo Campos subir na pesquisa, casado com Marina, e ameaçar Aécio, que também subiu, não o suficiente para ambos impedirem a vitória de Dilma no 1º turno, para a mídia começar a atacar seus inimigos e tentar levar Aécio, abraçado ao Caiado, à vitória. O que justifica a altiva postura de Marina é sua excelente e surpreendente colocação na pesquisa na cabeça do PSB contra Dilma (nesse confronto, ela vai para o 2º turno), o que obrigará Eduardo Campos a ceder a vez na hora H (se for inteligente) para Marina e sofrer o retardamento do seu futuro político. Quem mandou ele brincar com fogo e se mostrar despreparado para lidar com raposas? Marina irá engoli-lo. Jogada de mestre (como bem observou Sarney) da ex-seringueira. Nem a mídia, que se julga tão esperta e absorta no PT, detectou o perigo. Tanto que Lula se apressou em ir à Brasília para discutir o perigo com seu quartel-general. De santa, Marina não tem nada. Ela ainda pode usar a mídia e o PSDB no 2º turno para derrotar o PT com um discurso adernando levemente para a direita, porque o que lhe dá voto é “mudar esse estado de coisas na política” e que a transformaram na velha República. Marina tem o cuidado de não usar a palavra corrupção ou ética para não colarem sua imagem ao Jânio Quadros, ao Collor ou até no que originou o golpe de 64. Ela abre caminho com o propósito de mudar os costumes na política e a classe média vem aderindo. E o povo, com sua dura realidade do dia a dia, acreditará? O discurso dela não é popular, é cabeça, não de acadêmico ou de cientistas políticos ou de colunistas tucanos. No mais, é um mistério a ser sondado e acompanhado de perto. Marina faz por merecer melhor conhecer suas intenções. Por isso, eleição é o melhor espetáculo da Terra. Todos colocam sua cabeça a prêmio.