Indignado, Lula desmentiu a versão da Veja sobre as acusações pesadas que o juiz supremo Gilmar Mendes teria feito ao ex-presidente para adiar o julgamento do mensalão. Agora somente resta a palavra de um contra o outro, já que a única testemunha, o tucano Nelson Jobim, ficou em cima do muro. Só se Gilmar apresentar grampos sem áudio. Se virasse um caso de polícia, a acareação poderia solucionar o problema e flagrar o mentiroso, se um presidente da República ou um juiz do Supremo Tribunal Federal. Se a contenda fosse submetida ao escrutínio do povo, Lula ganharia de goleada humilhante. Se levada à apreciação da grande e antiga mídia, Mendes venceria por larga vantagem. Se a um juiz de primeira instância, arquive-se. Se ao PROCON, propaganda enganosa do chamado Gilmar Dantas para justificar seu voto antecipado de condenar os réus do mensalão sem pesar a tecnicalidade jurídica. Baseado no princípio da orquestração: “se por cem vezes repetir uma mentira, ela tornar-se-á verdade”. Obedecendo a uma estratégia do comando maior de individualizar o adversário em um único inimigo e construir argumentos a partir de balões de ensaio. Melhor ainda se ele estiver convalescendo de câncer.