Os líderes dos movimentos que foram às ruas para pressionar pelo impeachment de Dilma tiveram de abandonar o golpismo em parte devido ao Supremo Tribunal Federal ter resgatado a democracia da mal-intencionada interpretação das leis alardeada pela mídia e pelo fato de não caber um personagem maldito como Eduardo Cunha no teatro da política comandando a destituição de uma presidenta – aí é que a imagem de país corrupto se reforçaria. A máscara desses líderes golpistas também caiu quando decidiram se filiar ao PSDB, DEM, PPS e outros partidos nanicos de direita, todos juntos apoiando o golpe do impeachment. Quanta falsidade terem se afirmado nas ruas como não vinculados a partidos políticos, enojados com a prática de nossos representantes no Congresso! Rejeitando a ideia de um dia se tornarem braços de um partido. Compostos em sua maioria por empresários, advogados e profissionais liberais tendo como plataforma o livre mercado, a privatização e o fim da corrupção, como não podia deixar de ser. Vão começar por baixo, se candidatando a vereadores, mas de olho nos grandes problemas que prejudicam o capitalismo selvagem, defasado das questões de copa e cozinha dos municípios pelos quais pretendem se eleger. Vão se perder. Diluídos no arrastão promovido pela máquina eleitoral. Essa direita já existe. O máximo que podem almejar é virar um clone do Bolsonaro.