Não raro, espíritos malignos querem interferir em seu livre-arbítrio e prejudicar seu destino. A obstruir nossos caminhos mentais e nos alienar de decisões que só a nós cabe tomar. Colocam pedras nos nossos caminhos, injetam doenças-fantasmas, produzem insucessos, tentam transfigurar nossa aparência, quando não o caráter, fazendo-nos entrar em choque com quem nunca imaginamos, a envidar cuidados espirituais apropriados àquele que só enxerga o que está circunscrito à vida terrena.
Quando todos possuem desafetos da existência que se esgotou e, no estágio de evolução que ainda respiram, atraem a presença dos que aqui se ajustam ao seu clima de pensamento, por reinarem perdidos na materialidade da vida. São forças magnéticas desarranjadas pelo pensar irrefreavelmente desassossegado e insensato que assimilam desgarrados que pairam nas trevas em que se consomem, limitados ao estreito território de achar que a vida fenece no último suspiro e nada mais, seja pobre ou rico, do mais alto nível de inteligência ao mais baixo nível de instrução.
Esses espíritos perturbados e assentados na revolta, com sonoras queixas de uma prova da qual não conseguiram se livrar, reagem como um cavalo que dá coices toda vez que é montado. Insurgem-se, não cedem e se obstinam. A requerer assistência que lhes dê paz e encorajamento para asserenar seu espírito. À semelhança de enfermos que caem no desespero ao se darem conta da gravidade de seu mal aqui na Terra e, assim, se ministra a dose calmante para que cedam mais facilmente ao tratamento necessário.
Todos aqueles que não amadureceram o suficiente para se deparar com a própria consciência podem se tornar escravos da insatisfação ou da angústia e entrarem em franca desorientação, saudosos de quando faziam uso de sua inteligência privilegiada e se orgulhavam do seu raro brilho, retidos no desdém e na galhofa, especialistas na ocultação da verdade e em extrair por meio do egoísmo toda a energia e força de ingênuos e sonhadores que ousassem se aproximar de sua sumidade.
Serve qualquer arraial para se banhar e se limpar das trevas, adquirindo discernimento para dissipar incertezas e iluminar convicções. Aprender sempre e conhecer mais, para não ficar na superfície, boiando, levado pelo curso das águas, sem ter coragem de pôr os pés numa das margens, com medo de descobrir que já morreu e ainda não sabe. Ou que virou um zumbi, mas já não se olha no espelho. Ou que já se desmaterializou em essência.
Quando é necessário extinguir as influências malignas que só corroem as boas intenções.