ESSA HISTÓRIA DE “NÃO SABIA” CONVÉM A TODOS

Merval Pereira, em sua campanha pró-impeachment de Dilma, assevera que a mãe do PAC, a gerentona que tudo acompanha, não passa de uma rainha da Inglaterra, pois nada sabe do que acontece ao seu redor, referindo-se especificamente às chamadas pedaladas fiscais e outras irresponsabilidades com o Orçamento público. Como se não soubesse que o Sistema Globo não tivesse sacado um empréstimo no BNDES no governo FHC para financiar sua expansão – pior, do ponto de vista ético, que sustentar projetos de Cuba e ou de países africanos -, em retribuição do Príncipe por tudo que a mídia fez (e continua a fazer) pelos tucanos. Como se Merval não tivesse ignorado as privatarias tucanas denunciadas no livro de Amaury Ribeiro Junior, adstrito a uma única coluna, que não mereceu de sua parte nem de procuradores tão ciosos de seu dever uma investigação sequer, bem como despertado o interesse de um juiz do tipo Sergio Moro ou Joaquim Barbosa, embora seja do conhecimento geral que Youssef já foi operador financeiro do governo FHC. Como se Aécio não fosse um gestor improbo entre helicópteros, aeroportos de beira de estrada e falsos choques de gestão, o que pode redundar em cassação por corrupção, se a subserviência da Justiça não acobertasse seus malfeitos tanto quanto os de FHC. Como se, em matéria de estelionato eleitoral, Serra não fosse o maior, quando jurou em cartório que não abandonaria seu mandato de prefeito para se candidatar a governador de São Paulo. Como se Caiado não explorasse o trabalho escravo em suas fazendas. Como Aloysio Nunes não é julgado como terrorista da ALN que atuou no assalto ao trem pagador Santos-Jundiaí, fato esse que não é reiterado pela mídia tal como Dilma é considerada uma terrorista que pegou em armas. Vamos combinar que essa história de “não sabia” convém a todos? Tanto a hipócritas quanto a estelionatários eleitorais, seja quem for.