Leviatã é o maior ou o mais poderoso monstro cuja descrição provém da Bíblia: “ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem lhe resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu?”. O Estado Leviatã, segundo a interpretação do juiz Antonio Claudio Macedo Silva, permite vazar tudo quanto é sigiloso para a imprensa, a exemplo de processos e investigações criminais, bem como dados derivados de quebra judicial de sigilos fiscal, bancário, telefônico, telemático, em consequência de uma relação promíscua entre setores da administração pública e nichos da imprensa. Em guerra desde o governo FHC, de um lado, uma máquina formada na sua maioria por servidores públicos, altamente escolarizados, com experiência profissional e estreitos vínculos com movimentos sociais, PT, sindicatos e CUT. Do outro lado, a mídia, assentada na liberdade de expressão que resguarda suas fontes, no seu pleno direito de informar, contrainformar, exaltar, pichar, noticiar de conformidade com sua ideologia e consequente linha editorial, soprar balões de ensaio, torcer, distorcer, sonegar informação e recorrer por baixo do pano às mesmas fontes legalmente protegidas pelo sigilo e desencadear campanhas a favor ou para derrubar quem quer que seja – mesmo em dessintonia com o gosto popular. Em curso, a guerra da informação e o vale-tudo da exposição pública de quanto ganha, dos bens que coleciona, da movimentação bancária e de grampos. Não se deve obscurecer que, nas diversas descrições do Antigo Testamento, o Leviatã é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que se funde com outros animais.