Perto de comemorar bodas de prata, o casal Garotinho vai virar estátua na diminuta São Fidélis, no Norte Fluminense. Numa ode ao amor eterno, de mãos dadas num banco de jardim, onde tudo começou – um monumento à breguice.
Uma estátua para Roberto Jefferson cairia melhor. O herói que nos deixou ver os intestinos de nossa política depois que encurtou seu estômago para reduzir o cerne de sua fome: o mensalão.
Se não pegasse mal, o PT ergueria uma estátua para o Zé Dirceu, pois não se cansa de cantar loas ao velho timoneiro: “Zé Dirceu é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo.”
Uma autêntica alegoria de escola de samba que vira escultura. Palocci perdendo o gás depois de ser o todo-poderoso da economia, como náufrago que observa o navio afundando. E o caseiro, um balão subindo às custas de injeções de ânimo que o deixarão rico. O flagrante mais bem pago no Brasil em que Palocci, como patrão, cede a coroa para o trabalhador Francenildo.
A inteligência de FHC merece uma estátua. Pensando em si, transferiu da Justiça comum para o Supremo o julgamento do rosário de acusações que normalmente pesam sobre o exercício da presidência, acabando por resguardar Zé Dirceu e os 40 mensaleiros. Tanto buscou ficar oito anos no poder que acabou por beneficiar Lula com a instituição da reeleição.
Quem descobriu o novo Brasil foi Pedro Álvares Lula Cabral, ao jactar-se de que nunca houve um governo com tanta participação de trabalhadores em toda a República ou mesmo na História mundial, derrubando estátuas de Lenin, Stalin, Mao e Fidel.
Mas não existiu ninguém como Calígula que mandou esculpir sua cabeça em todas as estátuas de deuses de Roma, intitulando a si mesmo como um deus, além de nomear senador seu cavalo Incitatus.