O western gay e média-metragem de 20 minutos com mais 40 de entrevista de Pedro Almodóvar para enfatizar o desejo entre homens mais maduros ou mais velhos, pouco retratado no cinema, iniciado com um fado de Amália Rodrigues na voz de Caetano Veloso a projetar que estranha forma de viver tem este meu coração. Não chega a entusiasmar a plateia que lhe é fiel – a entrevista esfria o clima de uma paixão interrompida na juventude. Ao contrário da Elis Regina, que continua a nos emocionar, a nos levar às lágrimas lamentando seu destino trágico, senão teria sido uma das maiores cantoras do mundo, conforme observado por expert americanos no filme, tal o seu grau de encaixe com o jazz. Roberto Oliveira teve a ideia de promover o encontro entre Elis Regina e Tom Jobim para a gravação de um álbum conjunto em 1974, evento esse inteiramente filmado cujas cenas permaneceram engavetadas por quase 50 anos, tornando-se um filme nas mãos do próprio Roberto Oliveira e Jom Tob Azulay. O LP fez sucesso em diversos países e marcou a carreira dos dois ícones da MPB. É desta gravação, por exemplo, o registro de “Águas de Março”, uma das canções brasileiras mais regravadas de todos os tempos. César Camargo Mariano, André Midani, João Marcelo Bôscoli e Roberto Menescal discorrem sobre a turbulência dos trabalhos, o entrosamento que foi surgindo e a consagração final de uma obra impecável. Elis&Tom foi um sucesso de vendas e de crítica, e continua sendo aclamado até os dias de hoje por músicos e analistas no mundo inteiro. Onde Tom Jobim é mais reconhecido que no Brasil. Nosso país é muito estranho, apesar da arte ser abundante e reconciliar tudo.