Tô de luto.
Tô puto com os fatos
e os chatos e ratos de plantão.
É muita coisa junta assim
de sopetão,
mas não vão me matar.
Se eu morrer será
com a certeza de que há
que tentei fazer o melhor até o fim.
Ninguém está dentro de mim
e nessa alma eu ainda mando,
mesmo com os desmandos
deste tempo louco.
Não sou um corpo oco
com espaços vazios
a serem preenchidos pelos fios
ininterruptos de tanta ignorância
e crueldade.
Posso escolher pesar, filtrar,
pensar em meio à calamidade
como melhor reagir
ou pelo menos tentar refletir.
Estou puto e de luto sim,
mas luto dentro de mim
antes de vomitar minha dor sem fim.
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