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EU NÃO DOU SORTE NO AMOR

É uma assertiva contundentemente maligna em que a mulher vaza seu desespero e pede socorro. Não faz a menor questão em esconder que quer ser feliz nesta vida. Por que então escolhe os homens errados? Onde eu colocarei esse imenso amor que jaz inerte no seio de uma praia infinita e selvagem, se imorredoura é a boa vontade com quem se aproxima de mim? Se eu preciso de amor, de um abraço que me acolha e um beijo que estale desejo. Tamanho desejo sincero atrai os lobos, que uivam na caça a desgarradas, vítimas do desejo ou não-desejo do homem. Originando uma outra tribo de fêmea, em estonteante crescimento, que só ama se tiver a certeza de que o parceiro a ama muito mais do que sua própria existência. Para não correr o risco de ser traída, transformando o homem em objeto de seu medo e insegurança, o que a iguala à tribo das que não dão sorte no amor.

Categories: Croniquetas
Antonio Carlos Gaio:
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