Os EUA usaram por dois anos sua agência de ajuda humanitária para tentar manipular o movimento hip-hop de Cuba de modo a instigar a dissidência entre os jovens, em mais uma tentativa de minar o regime socialista, quando ele já dá sinais de afrouxar o laço. A manipulação foi efetuada sem o conhecimento dos artistas cubanos e acabou por enfraquecer a independência do movimento hip-hop no país, pondo em risco vários de seus integrantes e levando a detenções, interrogatórios e ao exílio na Flórida do líder Aldo Rodríguez, um dos mais populares e contestadores rappers cubanos. A ideia era se aproximar de personalidades da afamada música cubana, como Pablo Milanés, de forma a corrompê-los para o lado dos EUA. A operação era comandada pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e contava com empresa de fachada (método muito usado por empreiteiros e políticos para roubar no Brasil), banco em Liechtenstein (onde se lava dinheiro com rara eficiência) e com Panamá na jogada (colônia eterna dos EUA), usados para despistar o fluxo do dinheiro. Não é por outro motivo que o Estado Islâmico está decapitando membros de entidades de ajuda humanitária internacional. Suspeita de agente infiltrado, seja motorista, jornalista, fotógrafo, o diabo! Os EUA provocaram a fera e ela reagiu, ainda mais que agora reconheceram que a CIA torturou prisioneiros islâmicos com requinte incomum de crueldade, desde 2002, fruto da caçada promovida contra a al-Qaeda. Em asqueroso contraste com sua fama de zelador dos direitos humanos no planeta, se achando no direito de dar lições de moral à Coreia do Norte, Cuba, os universos islâmico e africano, às próprias China e Rússia, quando não encarcera quem vaza inconveniências de seus bastidores podres. O pior que isso não é de hoje. A Guerra Fria na luta contra o comunismo dissimulou a pele de lobo em corpo de cordeiro.