Kaing Guek Eav confessou ser o responsável pelos crimes cometidos à frente da temida penitenciária S-21, entre 1975 e 1979, especialmente as torturas e execuções de 16 mil homens, mulheres e crianças, em nome do regime comunista do Camboja. Seus métodos para aniquilar a alma humana consistiam em espancamentos, facadas, suspensão por cordas, remoção de unhas e afogamento, que fariam o espírito de Stálin compreender o significado de martírio. O regime do Khmer Vermelho incorreu no crime de lesa-humanidade ao trucidar 1,7 milhões de pessoas, inclusive por fome e falta de atendimento médico. Em 1996, Duch, assim conhecido, tornou-se um cristão fervoroso, graças a americanos missionários evangélicos. Decidiu oferecer o espírito a Deus – o que mais esperar de sua vida? É por isso que Deus existe. Quem mais poderia cuidar de Duch? Só Ele mesmo para perdoar quem cometeu tamanhas atrocidades. Um perdão absolutamente fora do alcance humano, que o lançaria às feras. Por não encaixarmos um significado no destino de tantas vítimas, recorrendo à vingança para compensar o vazio de nossa estupidez.
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