Fui operado no dia 15 de janeiro para enxertar uma prótese no joelho direito em decorrência de uma artrose que me impedia de andar direito. Cirurgia programada com muita antecedência no Hospital Copa D’Or. Depois de ser operado, entrei numa fila para conseguir quarto e acabei ficando no CTI. Ficando, ficando, ficando… até receber alta no dia 18 de janeiro – sem haver qualquer problema com o Plano de Saúde. No CTI, fui bem atendido, mas não havia cama e banheiro para meu acompanhante nem sequer autorização, se não fora minha condição de idoso. Fui atingido pela situação no país de não haver leitos em número suficiente para os hospitalizados. Se fosse só isso… Como estou acamado e fragilizado pela intervenção, não há o que falar de culpa de fulano ou beltrano. Não existe espaço em meu coração para acusar. Ainda mais que minha área residencial, mais uma vez, foi atingida pelas obras do Metrô e cortou as ligações telefônicas, não me permitindo socorrer do calor humano dos familiares e amigos – como já me basta a conexão com as redes pelo Facebook e trabalho no laptop o dia inteiro, dispenso o uso de celular. A tecnologia é impositiva e autoritária, obrigando você a se adequar, fazendo-o pensar que vive num mundo melhor. Tenho dúvidas – no meu leito, em casa, tentando me recuperar. É a tal falta da infraestrutura para dar conta desse mundo, que ficou grande demais para compreendê-lo.