Grande parte de nossos problemas, das nossas conturbações, até mesmo doenças físicas, é a falta de comunicação. Por não podermos dizer tudo o que pensamos; sabe-se lá qual será a receptividade? Por não podermos vazar tudo o que sentimos; sabe-se lá se irá ofender sensibilidades? Por não podermos falar do quanto nos abala o sentimento de injustiça. Falar é muito importante. Se nada dizemos, o outro não é obrigado a adivinhar.
Por que esse medo de expor o que nos desagrada? Por que temer ferir o outro se nós já estamos sangrando faz muito tempo? Se não crescemos conforme seria adequado, resultando num riso marcado por uma pinta de tristeza que sintetiza nosso olhar.
Excesso de livre-arbítrio e de a toda hora sujeitos a optar nos faz carentes de um porto seguro e de ancorar à nossa vida tudo o que necessitamos, criando laços bem apertados junto ao nosso coração. Mas o apego, via de regra, não faz bem à saúde. Se prezamos laços afetivos e fragmentos de memórias de empatia incomum com a nossa essência, forçoso reconhecer aqueles que se apegam a nós sem que tenhamos permitido e sem tampouco termos forças para desatar esses nós. Nós na garganta que não se desfazem à espera de um esclarecimento que nunca nos é dado, e que, por vezes, nos deixa doentes com o não resolvido.
A resposta é a falta de comunicação, que se cristaliza na impossibilidade de desatar os laços a que nos apegamos e que nos asfixiam, resultando em ansiedades que nos angustiam, traduzidas em males que nos machucam física e psicologicamente.
A falta de comunicação é o adeus à fé, ao descrédito se fortalecer e se apoderar de nós, substabelecendo-nos como almas penadas, que vagueiam pela Terra desorientadas, sem saber para onde ir nem o que fazer.
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