É natural que, ao ficarmos idosos, não tenhamos mais condições de evitar, por onde passamos, uma fisionomia que denota já estarmos apartados da vida. Com cara de misantropo, a não mais se identificar com o povo das ruas ou sequer com as elites. Não se dão conta que estão de mau humor, insatisfeitos, cansados de si ou irreversivelmente lesados por sua trajetória, assumindo seu irresolvível e insustentável ser. Obrigando-se a fingir boa educação para não transparecer que não aguentam mais seu semelhante e que seu tempo passou, não havendo mais espaço para arrependimentos. As pessoas não lhe são iguais, se comunicam por ruídos – ou seriam grunhidos? -, sem a menor preocupação de vazar preconceitos ou reacionarismo de caráter fascista. Esses idosos romperam com essa mania atual de ter que se expor no facebook e youtube, quando, na verdade, se exibem com suas excentricidades, maneirismos, esquisitices e um figurino típico de uma fauna em extinção.