Como suportar a indiferença de quem não acredita em nós? Se não levam fé em que possamos mudar nossa trajetória, acostumados com o olho sempre voltado para o passado, que usualmente encontra algo por condenar em nossa criação e formação. Ou não se afinam com uma caminhada na qual se experimenta transportar para fora de si em sintonia com mentores destacados para ajudá-lo e com os quais se identifica, para, lá no final, vários acenarem estar nos reconhecendo melhor, enxergando quem realmente somos, e, aí sim, aderirem à maioria sem o menor pudor, para não sair mal na foto que registra os nossos piores e melhores momentos.
Debatem-se entre sentir fé ou acreditar na ciência. Se não conseguem conversar com Deus, por não saberem onde se encontra, por que não levar fé na ciência, que tem resposta para tudo? Quase tudo, se a tudo não pode examinar. A ciência passa desapercebida por questões nas quais não põe fé e despreza pequenos detalhes que explicariam por que David derrubou Golias.
Como suportar a desconfiança de nossa bagagem, se não nascemos prontos conforme o mais empedernido dos críticos exige? Se isso mexe com os piores sentimentos de insegurança e aterroriza, tendendo a nos lançar à inação. Com tanta falta de generosidade e secura na alma, irradia uma energia depressora que, se não tomarmos cuidado, contagia. E não há vacina disponível para isolar o vírus, a não ser nossa fé. A consciência na fé.
A consciência na fé não é descobrir a fé cega que remove montanhas. Capaz de modificar sua conduta para o bem. Não é fechar os olhos e deixar que o levem para o bom destino. É despertar para o que deseja fazer e não pode ser adiado. Ao que sempre se propôs e nunca deu linha para pescar, por não se achar um espírito à altura e faltar fôlego na construção de uma ponte para alimentar a sua realidade e propiciar que as coisas apareçam de forma menos distante. Impedindo-se de divagar ou que o distraiam, por não se tratar de uma mera realização de um sonho.
A consciência na fé visa não permitir que se acomode na sua religiosidade e no conforto espiritual que ela lhe proporciona. Os estreitos limites da encarnação nos incitam a ir além e a não ficarmos perdidos no meio do caminho, retidos nas malhas da incongruência. Batendo no peito a reforçar que não acreditamos em Deus, mas na existência de coisas inacreditáveis. Preferindo crer um pouco nisso ou um pouco naquilo e se deparar com um elenco de fatos inacreditáveis de embasbacar qualquer ateu. Usufruindo o livre trânsito de ir e voltar como bem lhe aprouver, sem saber para onde vai.
Constantemente mudando de óculos, um para ver de longe e outro para ver de perto.