FHC provou que não é mineiro. Não foi solidário no câncer, conforme dizia Nelson Rodrigues. No seminário do PSDB realizado com o intuito de renovar e apresentar novas ideias, FHC desandou a falar mal de Lula pelas costas, aproveitando-se para atingi-lo no seu calcanhar de aquiles: o não poder usar a voz. Nas últimas campanhas eleitorais, FHC vinha se repetindo no discurso de que o governo Lula apenas manteve sua política econômica de grandes êxitos. Agora mudou o tom da crítica. Como não tinham programa, o PT se apropriou da inteligência rara dos tucanos e, como não sabiam executá-lo, foram deformando e destruindo tudo o que havia sido feito – o discurso do protótipo do narciso que se julga acima dos mortais. Apesar de FHC tardiamente confessar que falta ao PSDB se preocupar mais com as pessoas e o seu bem-estar, um ano depois de Dilma consagrar-se presidenta, a obsessão dos economistas tucanos é com a tríade que sustentou o Plano Real: metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Num linguajar mais accessível, o ideal é economizar mais para reduzir os juros sem produzir inflação. E só depois investir para fazer crescer o bolo e gerar empregos. Papo antigo e ultrapassado, do tempo de Delfim Neto na ditadura militar. Precisa Lula subir no palanque e abrir a boca contra essas inteligências artificiais?
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