Impressionante como FHC, no papel de mentor intelectual do PSDB, deixou claro o ideário a ser seguido pelo discípulo Aécio Neves. Voltarmos a estreitar relações com os EUA, ainda mais agora que salvaram seu sistema financeiro e afogam o mundo em dólares ao dar uma arrancada forte na produção de energia barata (o perigoso xisto). Ainda mais com o mundo árabe se estraçalhando entre xiitas, sunitas, seculares, talibãs ou o que quer que seja – o FHC confortável em seu pedante habitat. O Brasil tem de assumir seu papel na América Latina (de liderança e hegemonia) e não de copartícipe do bolivarianismo. Dar menos ênfase ao consumo – o que vai repercutir no bem-estar obtido pelas famílias pobres. Mais privatização e menos concessões, sobretudo na área do pré-sal, onde a Petrobras deveria deixar de ser a operadora e de participar do famigerado regime de partilha, abrindo espaço para as petroleiras estrangeiras predominarem nos leilões. Seu discurso elitista não acolhe a miséria, a redistribuição de renda nem a inclusão, temas que não o sensibilizam. Fazendo ecoar as bengaladas do cego quando tateia ao afirmar que o Brasil ficou paralisado nos últimos dez anos.