FHC mostrou que está recuperado: não agüenta mais ouvir o Lula. Irrita Lula falar como seu mestre e querer lhe ensinar a ser estadista, com sua voz de cana rachada. Condena o julgamento inclemente que Lula faz de sua gestão e dos 500 anos que o antecederam – não espera a História julgar no distanciamento crítico dos anos. Enfurece-se com a pretensão de Lula, onde já se viu um operário querer ditar cátedra para um PHD em problemas brasileiros? Reclama mais humildade – o roto falando do esfarrapado. Se o seu dileto amigo e correligionário, o ministro supremo Gilmar Mendes, é o novo comentarista político da praça, por que não o boquirroto Lula? – se tudo é falso ou verdadeiro, tudo é democracia. Contudo, o que mais indigna FHC é o governo Lula e o PT terem traído os seus eleitores – o discurso foi um, a prática, outra. Não alivia nem o fato de Palocci ter sido a continuidade de Malan na política econômica. Quem irá acreditar no FHC solidário na dor dos traídos, se joga o seu jogo no time adversário e aposta no quanto pior, melhor, se longe do poder? Ademais, quem se lembrou de quebra de princípios éticos e morais do PSDB e suas sublegendas, quando a gestão FHC terminou seus dias afundando o Plano Real? Se a autoria do Plano Real foi surrupiada do governo Itamar Franco e creditada aos tucanos. FHC não seria a pessoa mais indicada para receber procuração e defender os direitos de petistas trapaceados, se esfregou as mãos de satisfação quando o PT se desmoralizou no episódio do mensalão.