(poema encomendado pelo amigo André Brito)
Fiz 50 anos. E agora?
Cadê aqueles planos de outrora?
Eu teria chegado aqui
se tivesse vivido como imaginei?
Saberia eu agora tudo aquilo que hoje eu sei?
Quando criança,
pensava que crescer era diferente.
Quando jovem, eu acreditava ser adulta,
mas só era crente
que sabia o que não podia saber.
Eu ainda tinha tanto a aprender…
Fiz 50, e agora?
Muitos pais dos meus amigos sobrevivem na memória
e já sinto a perda de amigos meus.
Quanto mais tempo será que terei eu?
Fiz 50, e agora?
Os anos parecem ter voado.
Tô seguindo em frente
com a bagagem do passado.
E ainda sinto que não fiz nada
de tudo aquilo que sonhei.
Espero fazer mais muitos planos
como estes de infância,
que agora retomei.
Fiz 50 anos, e agora?
O sol já se pôs lá fora
e a noite começa a chegar.
Eu miro as estrelas,
me encanto com o luar.
Fiz 50, e agora?
Não interessa a minha idade,
nem sequer minha aparência.
Isso é tudo vaidade,
o que vale é a essência.
Fiz 50 anos sim.
É um orgulho pra mim.
Mas poderia ser diferente.
Não me interessa a identidade
e sim o que vou fazer daqui pra frente.