Os gritos de “Temer Presidente” ouvidos na reunião do PMDB, quando aparentemente desembarcou do governo Dilma e fingiu entregar os cargos, evidenciam que já estão se jactando por ter derrubado Dilma e a trama, portanto, se constituiu num golpe. “Temer Presidente” reflete um manifesto de ejaculação precoce que costuma tirar o prazer por justamente gozar antes da hora aprazada com o próprio organismo político, que demanda controle e equilíbrio. Por enquanto, é a expressão mais canalha de quem habitualmente lida com a política através de golpes de esperteza, baseado em intrigas, nas rasteiras e na traição. Sob o argumento de que, se o navio está afundando, o último a sair é o comandante, e não o partido que lhe dá apoio. A quadrilha formada por Temer, Eduardo Cunha, Serra, Aécio e Rede Globo obedece à estratégia de que o impeachment já está no papo, como um monstro pré-histórico já devorando sua frágil presa. Quando a realidade é que a disputa vai se estender por semanas a fio com uma intensa guerra desencadeada nas ruas e nas redes sociais contra bombardeios diários da mídia venal manipulando as notícias. A respeito de fatos jurídicos que têm de fundamentar o impeachment para não transparecer que é golpe. Como sempre a burguesia apela se muito tempo distante do poder e a Guerra Fria se alongando demasiado. A oposição hoje não reúne votos para dar o golpe. Serão precisos 342 votos no Congresso mas a quadrilha já comemora o golpe. É inacreditável a irresponsabilidade da cúpula do PMDB – Temer, Cunha e Renan – achar que se possa manter no poder apenas com conchavos e entrega de nacos da máquina pública ao PSDB e ao baixo clero da Câmara. Os tucanos logo abandonarão essa arapuca para não se misturarem a essas ratazanas, pelo fato de 2018 estar próximo e correr sangue azul em suas veias. Identificável quando fazem exigências para compor um ministério de “homens notáveis”. Todo esse teatro do golpe diante de um PT irado se sentindo esbulhado com o roubo de 54 milhões de votos depositados em Dilma. Se a ameaça se confirmar, convocará o povo para gritar “Fora, Temer” no lugar de “Temer Presidente”. Partindo para o impeachment de Temer, pelos mesmos motivos levantados pelos juristas notáveis pagos pelo PSDB. Com o PT sendo acusado de não se importar com o destino da nação e na recuperação da herança maldita que legou aos traidores. Se Judas não foi esquecido, imagine um impeachment provocado por uma associação mafiosa composta de traidores como Temer e corruptos como Eduardo Cunha e o nunca investigado Aécio. Dentro do padrão Globo de qualidade, a transmitir e enaltecer golpes que se equivalem aos mais recentes em Honduras e Paraguai.