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FREUD – A ÚLTIMA SESSÃO

Freud – A Última Sessão

A crítica da crítica é a falta de um entusiasmo maior em receber uma peça tão extraordinariamente bem escrita pelo americano Mak Saint German, com diálogos superinteligentes que conseguiríamos acompanhá-los na íntegra, se não tivéssemos que respirar. A melhor peça em 2011 na off-Broadway. Dirigida no Rio por Ticiana Studart e protagonizada por Hélio Ribeiro e Leonardo Netto, retratando o belo duelo em torno de “se Deus existe”, entre Freud, ateu fervoroso, e C. S. Lewis, autor de “As Crônicas de Nárnia”, como defensor da fé religiosa, mas baseado em tamanha razão que deixa as teorias freudianas sem a cobertura necessária, considerando-se que a irreversível morte se avizinhava do pai da psicanálise – padecia de câncer justamente no céu da boca. Ainda assim, os preceitos dos cânones da religião freudiana podem abalar as convicções de quem se apoia em Deus. Afinal de contas, Freud ousou desestabilizar o falso equilíbrio da família quando desmistificou as relações entre pais e filhos e denunciou um sistema de favorecimentos e privilégios. Não adianta tomar partido ao se iniciar a peça porque ambos nos deixarão em dúvida, segundo o que foi debatido no ringue. É um confronto de titãs.

Antonio Carlos Gaio:
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