O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou durante a sessão de abertura do ano judiciário que a vacina vencerá o coronavírus e que a “racionalidade vencerá o obscurantismo”. Bolsonaro estava ao seu lado na cerimônia, ouvindo tudo caladinho, de máscara, com aquela cara de sem-vergonha safado, fingindo que o discurso também não era dirigido a ele. Depois de ter investido em manifestação pró-ditadura contra o STF em 2019, seus filhos Flávio e Carlos investigados pela Justiça por corrupção e fake news, respectivamente, para agora ouvir de Fux uma porção de referências políticas contra o presidente sobre pandemia, ressaltando nas entrelinhas sua desumanidade e escárnio pelas condições do povo no enfrentar a enfermidade. Tal como quando o comparou a Carlos Contar, presidente do Tribunal da Justiça de Mato Grosso do Sul, sem declinar o nome do desembargador, chamando-o de irresponsável, covarde e picareta pelo menosprezo ao flagelo da pandemia, abusando da liberdade de expressão para propagar ódio, desprezo às vítimas e negacionismo científico. Para um bom entendedor, meia palavra basta, apesar de Bolsonaro ser tapado de nascença. Mas faz-se de desentendido e ordinário, acostumado com sua imagem de assassino e genocida ir se entranhando no imaginário popular e pouco se preocupar com a má fama. Se o gado renitente ainda o mitifica e o acompanha rumo ao abismo, abraçados ao corporativismo militar, policial e miliciano.