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GENERAL NOGUEIRA, O NOVO PAZUELLO DE BOLSONARO

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, interpelou por escrito o Tribunal Superior Eleitoral, na figura de seu presidente, o juiz Edson Fachin. Diz que as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas na discussão sobre o processo eleitoral em razão do TSE não aceitar debater suas propostas, quando das quinze, dez foram acatadas, a maioria igualmente sugerida por outras instituições, quatro destinadas às próximas eleições e uma rejeitada. Nada mal para quem não deviam nem ser institucionalmente convocadas a participar como entidade fiscalizadora do pleito eleitoral, por não constar da Constituição como atribuição dos militares, e apenas o foram por deferência do ministro Barroso, presidente do TSE à época, diante da insistência de Bolsonaro em questionar a lisura das urnas eletrônicas, sem apresentar provas. Fazendo objeções à vinda de observadores estrangeiros que venham avalizar a transparência das eleições, o general Nogueira procura levantar uma sombra de desconfiança com possibilidades de ataques cibernéticos e fraudes, quando 73% dos brasileiros responderam em pesquisas que confiam nas urnas eletrônicas. Em tudo e por tudo, igual ao Bolsonaro, adotando o modelo de subserviência de Pazuello, Nogueira procura intimidar a Justiça Eleitoral para entregar de mão beijada a reeleição de Bolsonaro. Com sua cara de índio, tal como o general Mourão, renega suas origens, diante do avanço de garimpeiros e desmatadores em reservas indígenas, poluindo rios com mercúrio, e a tudo assistir em postura bovina e sem temer a Lei da Ação e da Reação. Exceto quando chamado à fala para dar satisfações sobre o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira no vale do Javari, que está causando indignação no mundo inteiro por evidenciar a política de extermínio do meio ambiente de Bolsonaro em seu governo. O general Nogueira ficou possesso quando as Forças Armadas e autoridades locais foram acusadas de fazer corpo mole na investigação, porquanto se sente mais à vontade como gorila ultrajando a democracia, enquanto o mister de sua pasta é defender a Amazônia, dentre outras obrigações que o “Índio” não deveria desconhecer.

Antonio Carlos Gaio:
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