Nunca fecham um ciclo. Não conseguem ir até o fim. Cumprir uma missão por inteiro. Completar uma etapa crucial, que seja. Sempre saltando de galho em galho, feito macaco. De pedra em pedra e não alcançam a margem oposta do rio. A uma distância regular, amam apaixonadamente e desejam sentar no colo; de perto, o amado amante acumula defeitos. Sempre com medo de não segurar a onda. Crianças eternas. Negam-se a crescer para não se verem adultos e fracassados como seus e nossos pais. Preferem-se imaturas para suportar melhor quem não as quer. Tamanha a devoção e o temor que o amor impõe. Quietinhas em seu canto, acreditam passar incólumes pela vida. Espíritos obcecados que são em se protegerem na imensa fragilidade com que encarnaram. Ainda não compreenderam que esse não é o problema e sim o desafio a ser vencido. E não se lembrar mais quem foram e se alegrarem ao conseguir romper a casca do ovo, com o sol a iluminar seus rostos, para voar com suas próprias asas.
Deixe um comentário