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GENTE QUE NÃO PRESTA

Bolsonaro embolsou mais de 17 milhões de reais por conta de uma vaquinha da qual participaram seu gado, a elite que se afina com sua ideologia que lhe concede lucros e dividendos, e cantores sertanejos. Por conta de ajudá-lo a pagar as multas que vão sendo aplicadas, notadamente na trilha do genocídio na pandemia, quando, por exemplo, o marginal do presidente tirou a máscara do rosto de um garoto. O que traz mais felicidade a Bolsonaro é o dinheiro público ou dos outros pagarem suas contas e ainda sobrar um troco para um caldo de cana e pastel na companhia de Michelle, que já surfa na onda das rachadinhas faz tempo. Como Bolsonaro vai embolsar esse dinheiro malandro vindo de otários ou como retribuição de quem foi beneficiado em seu governo, já aplicou em CDB que lhe rende 5 mil reais por dia. Se é que não foi para um paraíso fiscal, como o faria seu ministro Guedes ou Campos Netto, o czar do Banco Central. Bolsonaro se diz muito entristecido com os magistrados dos tribunais superiores, que punem os cidadãos mais por suas virtudes do que pelos seus erros. Tamanho cinismo se via muito em Maluf ou no ditador Figueiredo, no Collor, recentemente no Braga Netto, com seu silêncio cúmplice, a ratificar que o final deles sempre será o mesmo: enterrados ou cremados junto com sua perversidade e malignidade, que não se extinguirão, para efeito de exame posterior. Se do bolsonarismo partiu a ordem para matar Marielle, por suas simbióticas ligações com os intestinos dos milicianos, a julgar pelos bandidos já presos, executados ou apagados. Além da investigação do caso Marielle, agora a cargo da Polícia Federal, ter ganho um curso independente da corrupção que grassa na Justiça e na Polícia do estado de Bolsonaro. Portanto, nada mais natural que o assassinato tenha sido um presente de pai para filho. Ou do filho, orgulhoso com sua vitória, para o pai? Em reconhecimento por tudo que ele havia lhe ensinado, fruto da experiência acumulada desde o tempo de caserna, e que não cansava de exaltar as torturas em comunistas e de fazer apologia ao golpismo. Gente que não presta e que faz pouco caso das virtudes merece uma gran-finale.

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Antonio Carlos Gaio
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