Enquanto as pesquisas dão Lula como aprovado por 84% da população, sinalizando que queria um 3º mandato, o supremo ministro Gilmar Mendes desce serra abaixo no conceito nada animador que se faz do Supremo Tribunal Federal. Dizer que a Lei da Ficha Limpa tem nome e sobrenome do PT, baseado no interesse em excluir candidatos adversários, aproveitando-se da carona em um projeto de iniciativa popular, positivamente não credencia Gilmar nem como o último dos cabos eleitorais dos tucanos. Afora os próprios, não há ninguém que não queira banir da vida pública criminosos que conquistaram imunidade no voto perante a Justiça. Dizer que é uma lei feita por encomenda para ganhar eleição no tapetão e que flerta com o nazifascismo e o moralismo, nada tendo a ver com os princípios da moralidade, é sinal de que Mendes perdeu por completo a noção do que consiste a moralidade pública. Ficha Limpa veio para arrebentar e atacou seus nervos, já em frangalhos com o rumo que o Brasil de Lula tomou. Todos nós estamos sujeitos, na medida em que envelhecemos, a surtos de falso moralismo, indignados com a falta de respeito e de civilidade. Não é o caso de Gilmar Mendes, que apenas resolveu nadar contra a correnteza, rebelando-se por não se enquadrar nos novos tempos. Roga-se para que não morra na praia.