Quando Bolsonaro pretendeu nomear ministros militares de sua confiança desprezando o critério de antiguidade que rege as tradições das corporações, tentou transformar as Forças Armadas numa milícia particular para atender a seus interesses autocráticos de converter a nossa democracia numa ditadura sua. Ou, no mínimo, acuar a oposição com botinadas, caneladas e coices de sua larva ao reunir mais de 6 mil militares em cargos públicos do governo. Será que não ocorre ao Exército que o capitão baderneiro foi expulso de seus quadros por articular a explosão de seu regimento em ato terrorista? Até onde o Exército pensa que pode ir? Correndo o risco de novamente se desmoralizar, se já se comprometeu com torturas, execuções e desaparecimento de corpos durante a ditadura militar ao longo de 21 anos. E ainda irá misturar suas tradições seculares a uma aventura golpista, se aliando a bandidos milicianos que dominam e exploram as favelas cariocas, dos quais a família Bolsonaro é sua legítima representante. E, na mesma sintonia, o general Braga Netto, o novo capacho do presidente no lugar de Pazuello, chamando o golpe de 64 de movimento que assegurou a democracia no país, quando cassou mandatos, censurou a imprensa e interferiu nas eleições e no quadro partidário para obter vantagens no acesso ao poder. Aliás, interferir, manipular as eleições, desinformar, falta de transparência e mentir passaram a constar da ordem do dia nos quartéis, desde que Bolsonaro surgiu no horizonte fardado. Aguentem as consequências de seus atos, se não aprendem a respeitar os limites impostos pelos poderes constituídos! Pouco importa a modalidade do golpe aplicado, sempre é coisa de bandido vulgar. Vejam no que o último resultou ao Brasil a partir de 2016. Um país destroçado, chafurdado na miséria e na fome, com um genocida à cabeça e milhares de mortos no rastro da pandemia.