O que você nunca irá ler na mídia ou reconhecido na TV. Para quem esperava o PT próximo da extinção com o golpe, as investigações do juiz Moro se concentrando em Lula e na cúpula do PT e a própria prisão do maior presidente da história republicana, o Partido dos Trabalhadores estar no 2º turno da eleição presidencial pela quinta vez consecutiva, além de ter elegido a maior bancada da Câmara com 56 deputados e a segunda maior do Senado, cheira a uma façanha de Hércules.
Ainda mais que o PSDB virou pó ao não serem reeleitos Beto Richa, Marconi Perillo e Cássio Cunha Lima, vendo Anastasia próximo da derrota no 2º turno em Minas Gerais com o voto útil do PT, e sofrer com São Paulo dividido em função de um Dória traidor e falso que só pensa em si, embora faltando expurgar o ladrão do Aécio. Restando o dilema, se não fora tucano, se ficar em cima do muro ou apoiar o regime fascista a ser implementado pelo Hitler tupiniquim, sem ter coragem de discutir como o partido deve se organizar para o futuro. Cabe atestar que a onda Bolsonaro, apesar de extrema-direita e apologista da violência, tirou de circulação caciques da vida pública, velhas lideranças e seus filhos, que não foram reeleitos, sem que o poder político e econômico pudesse evitar. A saber, os filhos do Sarney e Edison Lobão, Jucá com 24 anos na Casa, Magno Malta, o braço direito de Bolsonaro, Eunício, o presidente do Senado, os senadores Cristovam Buarque e Garibaldi. E na oposição, Dilma, Suplicy, Lindbergh, Jorge Viana e família, e Requião. Mas ainda resta o último espetáculo: Bolsonaro se expor a questionamentos em debates no 2º turno, sem se refugiar em atestados médicos falsos, encarar suas contradições e o que tem de mais sombrio em sua personalidade de vilão, rebater quanto à sua falta de projetos com conteúdo, e substituir as agressões por uma postura propositiva, sem embaralhar as palavras por falta de vocação. Quanto a Haddad, provar que o fascismo promoveria o caos para cumprir a promessa de acabar de uma vez por todas com a violência no Brasil, e não conseguiria. E como não assustar o antipetismo com a ênfase habitual que o lulismo dá às políticas de inclusão e respeito à população trabalhadora. Tarefa impossível. Melhor deixar para o povo decidir e as consequências desabarem sobre sua cabeça.