Como transcorre o jogo político na sequência da morte inesperada do cinegrafista Santiago Andrade, da Bandeirantes. O sistema Globo, ao se ver hostilizado e intimidado pelos Black Bloc com seus malfeitos denunciados em cadeia nacional pelas redes sociais e obrigado a realizar suas reportagens sobre manifestações de helicóptero para evitar retaliações, passou a chamá-los de terroristas e a exaltar o absurdo da morte do jornalista em defesa da liberdade de expressão com longos editoriais – quando tentou jogar as manifestações em junho de 2013 contra a presidente Dilma, a despeito de as ruas clamarem contra a classe política como um todo e suas práticas corruptas em detrimento do povo, notadamente na saúde, na educação e na mobilidade urbana. Sergio Cabral aproveitou para atacar Garotinho, seu maior inimigo no Rio de Janeiro, acusando-o de estar por trás dos Black Bloc e ser contra as UPP – ou seja, a favor da bagunça e da desordem, quase perguntando ao eleitorado o que é melhor: o caos ou a segurança trazida às favelas? Dilma pegou uma carona na política de pôr na cadeia os arruaceiros dos Black Bloc porque “Vai ter Copa!”. Os antilulistas, inicialmente empolgados com as multidões nas ruas supostamente livres das amarras de partidos, se assustaram com a repercussão da depredação do patrimônio público e dos ícones do capitalismo (bancos e lojas), desistindo de usar as manifestações para varrer o petismo e se calar – mas não para todo o sempre. O PSOL, que advogava as causas do Black Bloc, através de Marcelo Freixo, bem a caráter do filme “Tropa de Elite 2”, que lhe deu muitos votos, reconheceu que a violência tem de cessar. A escalada da depredação converteu-se num ato suicida e autodestrutivo dos Black Bloc em sua revolta e raiva contra o poder público e a classe política, agregando aos inimigos a mídia e outros segmentos não preocupados com os imediatos interesses do povo. Preferiram o caminho da insensatez, orgulhosos de sua conduta contra o stablishment, ansiosos por contestar e perdendo o rumo, comportando-se como uma massa sem formação política e sem bandeiras definidas, pouco se importando se os associavam a pequenos fascistas, tamanha a falta de representatividade a que se deixaram reduzir.