Esse é o melhor da enxurrada de filmes franceses que vem sendo exibido semana pós semana, concorrendo com as também inúmeras películas argentinas, pela primazia de nos proporcionar o maior prazer graças à inteligência de seus diálogos e a seus temas que nos levam a refletir. Dos franceses “Por uma mulher”, “Atilla Martel” e “A bela e a fera”, “Grandes Amigos”, de autoria da dupla Stéphan Archinard e François Prévôt-Leygonie, é o melhor. O título traduzido do francês é “Amizades Sinceras” – o ponto nevrálgico do filme. É o vínculo que une os três amigos. Tudo deve ser dito, nada deve ser escondido, tanto na amizade como no amor. Caso contrário, é traição e rompimento. Não há perdão se houver mentira num casal ou entre pais e filhos ou entre amigos. O filme é um libelo contra os que execram a mentira e condenam ao banimento os que não contaram a verdade, especialmente em momentos cruciais. Não levando em consideração que certas pessoas não sabem ouvir a verdade senão viram seus inimigos, por não aceitarem a nova realidade que se apresenta. Ou só porque foram criados num ambiente de hipocrisia, esses visionários põem na cabeça que irão expurgar esse mal do mundo com sua fixação obsessiva. Distorcendo o que veem por só saber fazer uma leitura. Tornam-se intransigentes, ranzinzas, infelizes e injustos. Na medida em que culminam por desagregar amigos, amores e filhos por serem demasiadamente possessivos, ciumentos, controladores, cobradores e viscosos. Revestidos de uma falsa moral por não estarem livres de enganar, armando arapucas para manter sob seu controle aqueles a quem ama.