Gratidão, uma palavra importante para ser lembrada, e usualmente esquecida, senão relegada a um último plano. Por sabermos muito bem do que nos queixarmos, a reclamar do que não está dando certo, não medindo o fragor das palavras para realçar o que nos desagrada, seja em torno de nosso umbigo, nos outros e mundo afora.
Será que não há nada para agradecer? Reconhecer? Ser grato por algo que mudou sua vida? Só porque, no todo, um detalhe precioso não lhe agradou? Ou será que tudo está tão errado e insatisfatório que nem o espírito aberto, a extrema clareza com que tudo lhe é explicado e a generosidade de certas pessoas não o comovem nem merecem ser louvados?
Será que não nos acostumamos às notícias ruins veiculadas com frequência, e que vão nos transformando, sem sentirmos, em seres amargos, tristes, incrédulos, desconfiados, pessimistas, paranoicos, sem esperança? Como se fosse a atualização aos padrões atuais de pensar do planeta Terra, em tempo de pandemia.
Um grande passo para uma mudança é adquirir consciência dos nossos erros. Vá lá que seja lento, sem pressa, devagar, ainda que imperceptível a olho nu. Crer que o mal-estar insuportável um dia nos forçará a mudar.
Por que não começar por agradecer ao esforço de tantas figuras anônimas e desconhecidas que nos antecederam e transformaram nossa convivência e nossas referências? Que nos permitiram avançar hoje, como não teria sido possível há anos atrás, sendo, por isso mesmo, sacrificadas ou imoladas em sofrimento.
Com a gratidão, você se liberta da cegueira originada do orgulho e da intransigência de certas atitudes, que o nivelam a uma criança turrona. Conecta-o com o seu benquerer e sua boa-vontade, deixando de lado as palavras de acusação, sentimento de revolta e pendores para julgamento.
Quem somos nós para julgarmos nossos semelhantes, se nós nos conhecemos por alto. Se não conhecemos nem a biologia dos animais e dos organismos vivos para comparar com a do ser humano, como o inconsciente funciona e nosso cérebro ser ainda um território por ser mais explorado.
Que se semeie com gratidão para tornar fértil nossos campos de visão, a permitir que a colheita seja mais proveitosa e abundante.
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