A CRÍTICA DA CRÍTICA
O filme é um achado por confrontar um negro, no papel de patrão, a um branco, como seu motorista, nos Estados Unidos dos anos 1960, quando a segregação racial imperava. O negro é um pianista sofisticado que toca música clássica no ritmo de jazz e o branco é um italiano carcamano e grosso, mas sensível. O título é uma referência ao guia de viagem que indicava para os afro-americanos os hotéis e restaurantes em que seriam aceitos. O filme de Peter Farrelly é forte candidato ao Oscar se cotejado com os estupendos filmes rotulados de musicais (mas não são só isso) “Nasce uma estrela” e “Bohemian rhapsody”, ao ganhar densidade pelas atuações carismáticas de Viggo Mortensen e Mahershala Ali, que merecem ganhar o Oscar de melhores atores, principal e coadjuvante, respectivamente. No entanto, no caminho de Viggo Mortensen, existe um Rami Malek, excepcional como Fred Mercury, em “Bohemian rhapsody”. Outro achado do filme é a perfeita compatibilização entre a extrema gravidade do conflito racial como pano de fundo e o jeito bruto do motorista Viggo Mortensen em contraste com a austeridade de Mahershala Ali, alternando situações cômicas e dramáticas cujo resultado final surpreende e, por isso mesmo, se recomenda o Oscar de melhor roteiro original.
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