Me contaram. Histórias de Nova York, precisamente no seu coração, em Manhattan. Onde só tem gente doida, por ser a vanguarda do mundo, mas que não é perseguida, e anda solta. Ocorreram com minha amiga Virgínia, que lá morou por décadas. Primeiramente, foi abordada por um homem que a abraça e lhe diz “você tem um lindo rosto e o que mais quero é beijá-la”. Virgínia mal conseguiu se livrar do seu assédio. Três horas depois é a vez de uma mulher a atacando com bolsadas e a lançando ao chão, gritando “eu odeio sua cara”.
15 anos depois, na mesma cidade, tudo se repete, dessa vez com os sexos invertidos. Ou seja, o homem a esmurra exigindo que Virgínia o deixe viver em paz, sem mais importuná-lo. Quatro horas depois uma mulher se aproxima e cria um clima de amor, declarando-se fascinada com o que Virgínia transmitia de sua personalidade.
Antes que alguém pergunte: nenhuma pinta braba. Eram pessoas diferentes transcorridos 15 anos, e tampouco conhecidos de Virgínia em ambos os casos, com o ódio vindo sempre em sequência ao amor, e apenas os sexos alterando a ordem dos fatores, como se não bastasse ocorrer tudo sempre no mesmo dia.
Lição para não ser seguida: cuidado para quem você olha em Nova York, cidade que torna fácil o encontro amoroso, a paixão surgir do nada, bem como mascarar a frustração se não escolhido até hoje como o eleito. Dá raiva. Um dia irá descontar no primeiro que aparecer à sua frente e que não tem nada a ver com isso. Ou então a própria paixão não corresponder às expectativas e propiciar um dia de fúria.
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