FHC está na fase mais propícia para humilhar o PT do tanto que seus adversários oferecem de bandeja farto material para tornar sua trajetória, no mínimo, contraditória. Ele até lembra o sociólogo que pediu que esquecessem, quando reconhece no PT uma variante nacional-estatizante de esquerda com ingrediente de distribuição de esquerda, que já vinha de antes e foi acentuada, e cuja base de sustentação repousa no Estado, enquanto a do PSDB, no mercado. Daí a FHC se colocar no lugar de pitonisa para aferir a perda da base social do PT ou Lula ser um cristal que se quebrou no primeiro ano de mandato de Dilma, é não saber ler a história, da qual tanto se orgulha, tamanha a preocupação em humilhar para devolver a herança maldita de seu governo, enfraquecendo a grande crítica que se pode fazer ao governo Dilma: o presidencialismo de coalizão na transição para o presidencialismo de cooptação. Bem como a transição da corrupção tradicional, que é a pessoal, dos tempos do PFL que apoiava a imoral ditadura, do Sarney presidente, do Collor para a corrupção institucionalizada que sustentaria o poder do PT, omitindo seus oito anos, como lhe é conveniente, em que perdurou o não investigar, o não desencadear operações policiais, a abafar, esconder e dissimular os seus podres poderes, sob o beneplácito da régia mídia.