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HOMENS, MULHERES & FILHOS

Homens, Mulheres & Filhos

Homens, Mulheres & Filhos

Jason Reitman dirigiu Obrigado por Fumar (2005), Juno (2007, o mais famoso) e Amor sem Escalas (2009), sempre com enredos premiados e uma abordagem amadurecida, própria de um jovem nos seus 38 anos. É o que se constata em Homens, Mulheres & Filhos, quando aborda a influência da internet no cotidiano de uma adolescência, que conhece na palma de suas mãos de um artesão fino e inteligente. Estão lá o laptop, os videogames, o iphone – deixando bem para trás Denise está chamando (1995), quando não existia o celular e o computador ainda era o PC.  O GPS e o rastreamento para controlar onde a filha vai, a devassa nos perfis do Facebook, nos e-mails, o apagar de mensagens, a exclusão de amigos, a censura, a invasão de privacidade, o Big Brother, a pretexto de proporcionar proteção e boa educação. O casal que perdeu interesse um pelo outro e à procura de um parceiro sexual em abundantes sites que regulam o mercado. A publicação de fotos sensuais para a adolescente se tornar uma estrela de TV. O menino que só se excita ao ver mulheres nuas em posições lânguidas no computador e evita começar a vivenciar suas próprias experiências, tornando-se um ser doentio antes do tempo. Pais e filhos com tendência a esconder seus desejos para não conhecerem suas perturbações psíquicas, principalmente os adolescentes, preocupados em se exibir livres sexualmente e completamente inseridos nesse caos de relações e necessidade de contato a exigir conexão imediata, identificados pelo “tá ligado?”. Com essa tecnologia que não para de se reinventar, o natural é o sexo sem amor para mostrar que são descolados. Enquanto todos seguimos carentes de amor até a eternidade, o jovem desafia com seus impulsos o amor, sem a menor noção do estrago que isso provocará em sua alma, mente e coração. É um filme que incomoda e inquieta por nós todos estarmos inseridos nesse contexto e que não há como nos livrarmos desse arrastão.

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Antonio Carlos Gaio
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