O escritor jamaicano Marlon James, presente à Festa Literária Internacional de Paraty de 2017, vencedor do Man Booker Prize em 2015 com o livro “Breve história de sete assassinatos”, sobre anos de violência na Jamaica, hoje vive nos EUA devido à perseguição contra os homossexuais em seu país. Logo no atual EUA que elegeu o homofóbico do Trump, e esclarece. “O problema é que muitos americanos, inclusive aqueles com alta escolaridade, escolhem ser ignorantes sobre certos assuntos. Por exemplo, muitos homens brancos gays votaram no Trump. E uma das razões para isso é que eles alcançaram tudo em matéria do direito de ir e vir, habilitados a casarem entre si e terem liberdade para escolher republicanos, machistas ou racistas. Pode-se conceber um trans votando num candidato machista como Trump? Seria o mesmo que o eleitor justificar que votou no Trump porque está cansado de pessoas que recebem comida de graça em vez de procurar emprego, sendo péssimo haver um programa que subsidie o sustento para gente necessitada. Sem ter noção que também recebe a mesma comida de graça só que ele é branco, e a comida dada a brancos é diferente da que é destinada aos negros. Ou seja, os eleitores do Trump votaram para manter seus privilégios e não querem que alguém diferente, seja negro ou latino ou o que for, tente se apropriar do que sempre foi deles.” Privilégios que foram perdendo no governo Obama. Com quem o eleitor de Trump se parece? Tudo a ver com o eleitor que votou no Aécio, que depois transitou para o Temer e quadrilha, como efeito pós-golpe. A mesma ideologia.