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INCLUSÃO SOCIAL VERSUS DESESPERANÇA
Em seu programa insuportável dos domingos, Faustão, no seu papel de propagandista da visão do país que seus patrões tentam impor à sua audiência com o mantra desesperança, não esperava encontrar na atriz Marieta Severo a defesa de uma outra visão do Brasil, o fenômeno fundamental neste século, que é a inclusão social. É o Brasil de todo ser humano fazer jus a direitos, não importa se é miserável ou favelado ou gente humilde ou o nome que se dava no passado. Poucas vezes um diálogo tão breve, transmitido pela TV, sintetizou bem o atual e agressivo confronto de um modelo que prioriza o combate à miséria e à fome, corretor de injustiças sociais, com a desesperança, retrato fiel de uma parcela substancial da democracia que pressiona através da crise, do ajuste fiscal, da corrupção e que, portanto, o país deveria se entregar de novo nos braços do mercado, do FMI e de seus antigos donos. O que propicia uma interpretação maniqueísta por parte dos eleitores do Aécio a respeito de todos que lhe são contrários, como o de prestar continência ao general Lula e ao exército petista. Quando o que está em discussão, mas que a maioria da população não consegue expressar de forma clara e objetiva em sua ideologia, é a ênfase dada ao modelo a serviço dos interesses maiores da população majoritariamente pobre, embora erroneamente classificada como classe média ascendente (de D para C). Preocupação essa que não existe nos programas tucanos, nem na sua prática, nem muito menos faz parte dos interesses dos eleitores do Aécio. Essa é a questão, e não uma mera disputa entre comunistas e anticomunistas, no entender de analfabetos políticos.
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Antonio
Carlos Gaio
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