ninguém tá dentro da gente
pra sentir tudo que a gente sente
então é fato recorrente
não entenderem a gente
julgarem errado,
serem maledicentes.
problema!
deles, não nosso.
como posso me doer
com o que os outros
querem dizer?
a fala é deles
e se o ouvido é meu
escolho eu o que ouvir
pra dentro
e o que ouvir e deixar sair
por aí, em outro corpo
que não me pertence.
sabe o bordão
“isso não me pertence mais?”
a fala alheia não me pertence nunca
mesmo que a saliva suja
espirre em minha nuca.
não ouço, desprezo
e só aproveito para uma coisa:
para escrever novos versos.
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