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JÁ QUE COMEÇAMOS, VAMOS ATÉ O FIM!

Escola sem partido equivale a partido sem ideologia. Tornar tudo asséptico, sem graça e neutralizar o discurso de luta de classes, sempre recorrente na era petista. Para não conscientizar as massas quanto aos seus direitos e deixar passar em branco as próximas medidas de Temer, que aumentarão o número de horas a trabalhar, encurtando o almoço, suprimindo a multa do FGTS no caso de demissão e subindo a idade limite para se aposentar. Como contar a história do Brasil e do mundo abordando os fatos políticos na forma de um queijo suíço – com a neutralidade da Suíça, mas cheio de furos? O professor seria um subversivo por fornecer sua visão diante do golpe institucional em curso no Brasil? Os alunos ficariam impedidos de se manifestarem em sala de aula face a um momento tão complexo como o que testemunhamos no nosso país, para que reine ordem e progresso conforme ditado em nossa bandeira? Escola sem partido significa castrar a evolução de nosso pensamento, amputar nossos membros prejudicando nossa capacidade motora em avançar, arrancando nossa potência criativa ao cortar nossas cabeças e agir como o Estado Islâmico, que degolam sem dó nem piedade quem não pensa igual a eles. São os mesmos que apregoam a liberdade de expressão e defendem a democracia do perigo do comunismo, embora coerentes com a livre iniciativa de explorar os bons negócios (eleições, por exemplo) e vacinar o eleitor contra discursos que aproximam o povo do poder. Dentro do legítimo espírito dos golpistas: já que começamos (referência ao impeachment), vamos até o fim (referência ao golpe).

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Antonio Carlos Gaio:
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