O general Leônidas, um dos últimos porta-vozes da ditadura militar, proclama que a cassação de mandatos e a suspensão de direitos políticos são medidas altamente civilizadas. Porque históricas e fundadas no ostracismo utilizado pela democracia ateniense e no banimento aplicado pelo império romano, com 2 mil anos de tradição. Não tivemos exilados no Brasil, e sim fugitivos. Simplesmente pegaram um avião e saíram por aí. Foram embora sem terem sido expulsos de nosso país. FHC, Serra, Cesar Maia, Gabeira, fugitivos; Dilma, terrorista, até hoje, assim considerada pela oposição nostálgica do general Leônidas. Pois se subversivas as ideias do padrão de Chico, Caetano e Gil, o normal seria enfrentar a justiça da ditadura militar. Foi preciso uma Lei da Anistia para repatriar essas cabeças pensantes que fizeram tanta falta ao Brasil, que funcionou como um acordo unilateral para não mais sequestrar, torturar, abusar da família, matar, exterminar a raça de quem pensasse o contrário da corporação militar. Se fugiram, foi para salvar a pele de ensandecidos seres, que ainda guardam no semblante a marca do rancor e do ódio, próximos da hora de prestar contas de como mancharam sua trajetória, e ressentidos com a falta de reconhecimento à sua contribuição à democracia atual, livre dos comunistas, especialmente no capítulo da liberdade de pensamento.