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JANOT E JOESLEY, A DUPLA CAIPIRA QUE VIROU O BRASIL PELO AVESSO

A cabeça do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot. Em seu novo mandato, iniciou com declarações como “Pau que dá em Chico, dá em Francisco”, que resultou, na prática, na quadrilha de Aécio Neves em liberdade e na blindagem do PSDB, para finalizar com “Enquanto houver bambu, lá vai flecha”, acusando o PT e Lula de organização criminosa, plagiando o powerpoint do procurador Dallagnol. Afobado, Janot cometeu inúmeros erros que passaram a desabar sobre sua cabeça, no instante em que Joesley Friboi lhe apresentou a possibilidade de furo do século: a falência das instituições democráticas do país, depois do golpe, com o anúncio do propinoduto que comandava, subornando a classe política. Empolgado com a descoberta, Janot comeu mosca quando o ex-procurador Marcelo Miller saltou do barco do Ministério Público Federal para orientar a JBS quanto às denúncias contidas nos áudios, salvo-conduto de seu patrão capiau para não ser preso por seus atos de bandidagem. O fato é que abundam na balbúrdia que se instalou no Poder Judiciário delações sem a menor credibilidade. Joesley Batista tratou de levar correndo outras gravações diretamente ao STF, para não ser acusado de omitir provas e se sujeitar a perder os direitos conquistados com a delação. Momentos de pânico para Janot e boatos com insinuações envolvendo Ministros das altas cortes. Divulgadas as gravações, eram conversas inconclusivas, insuficientes para consolidar uma acusação. Partiu, então, para prender Joesley Batista, que poderia incriminá-lo delatando que houve participação sua na operação para grampear Temer e nas vantagens conferidas à JBS. Conseguiu, ao mesmo tempo, se indispor com essa dupla inseparável, Michel Temer-Gilmar Mendes. Até ser flagrado numa mesa de bar com o advogado de Joesley Batista, de óculos escuros para disfarçar, não havendo melhor maneira de chamar a atenção com os cabelos brancos que mais apareceram na mídia. Encerrando a carreira de Janot.

 

Antonio Carlos Gaio:
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