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JE SUIS CHARLIE

Nunca antes uma redação de jornal fora dizimada em plena reunião de pauta. O jornal francês “Charles Hebdo” (tipo Pasquim no Brasil) foi invadido por jihadistas que assassinaram cartunistas como Wolinski (de 80 anos), Cabu (76 anos), Tignous e Charb, o editor, Elsa Cayat (única mulher e psicanalista), num total de 12 pessoas. Quem poderia esperar que um atentado dessa magnitude, comum no Iraque, Paquistão, Afeganistão e Somália, fosse acontecer logo na terra da liberdade (de expressão), igualdade e fraternidade? O que irá fortalecer a direita xenófoba na comunidade europeia e a islamofobia no mundo. Quando a charge é emblemática do estado de espírito de “Charlie” com sua ironia mordaz, o traço econômico e preciso, a pleno emprego do humor a serviço da sátira política, fazendo rir para distensionar o ambiente. Condenar a irreverência do “Charles Hebdo” pela tragédia seria sacrificar a inteligência e o anarquismo, os pais da liberdade de expressão, e ecoar a proibição de desenhos com críticas acerbas a religiões e seus símbolos divinos ou mesmo caricaturar o profeta Maomé por constituir uma blasfêmia. Visivelmente o ataque foi desfechado quando Charb sugeriu não enviar votos de Feliz Ano Novo em dezembro, enquanto não ocorresse um atentado na França. E quanto à França liderar junto com os EUA os bombardeios ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
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Antonio Carlos Gaio:
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