São adultos ainda sujeitos a explosões emocionais com vontade de arrebentar com todos os paradigmas que os enfeixam numa camisa de força, como se adolescentes fossem. Com potencial de nitroglicerina. Com ódio da hipocrisia que rege a nossa sociedade na medida em que crescemos e adensamos a percepção, não nos tornando cínicos nem calando diante do absurdo que construímos diariamente. Por ainda estarem à mercê de todas as inseguranças possíveis, e também as inimagináveis, como, por exemplo, a carência afetiva.
Somente quando você começa a se livrar desses fantasmas é que irá reparar como muitos ainda se encontram enredados, conquanto alguns, já se sabe de antemão, não irão se libertar. Soa profundamente triste nada poder fazer por essas pessoas invadidas por espíritos obsessores – elas não querem ouvir.
Ter ganas de quebrar paradigmas por parte do jovem adulto corresponderia, nos anos sessenta, a romper com as velhas estruturas, que estavam impedindo que a juventude pudesse usufruir uma nova experiência para romper com os antigos padrões de conduta e abraçar uma nova vida.
Não é o caso do jovem adulto, notadamente quando percebe o que não tinha visto antes, ao suportar o peso de tanta insanidade de caráter infantil e desmiolado, a perseguir o mesmo modelo, embora houvesse angústia consumindo-o por inteiro e desgastando-o por motivos que não valiam a pena. O quanto não cultivou as más companhias, com raiva e apatia, a semear discórdia e frustração, incapaz de dizer “não” ao que não devia, quando o melhor seria ter observado mais adiante, constatando tudo ser diferente!
Felizmente, o furor selvagem da besta que habitava o jovem adulto foi perdendo forças e energia negativa. A reatividade encontrou um canal para desafogar em criação o seu fio condutor, proporcionando o que mais carecia: segurança.
Sem ser preciso recorrer à lobotomia, muito comum em passado não tão distante. O jovem adulto era considerado sem juízo, inconsequente, irresponsável e desajustado. Sem lugar no mundo normal traçado por linhas tortas.