O juiz Jeronymo Villas Boas da 1ª Vara de Goiânia confirmou o que é de conhecimento geral. Apesar de seu alto sentido de religiosidade, os crentes não amam os gays e, na primeira chance que se lhes oferece, os hostilizam. Pois sua excelência, que é evangélico e frequenta cultos toda 3ª e domingo, além de tornar sem efeito a união estável de um casal gay, partiu para uma devassa nos demais cartórios a fim de cassar outros registros de casamentos gays, em flagrante quebra de hierarquia de um juiz de 1ª instância ao revogar uma decisão do Supremo, que liberou as uniões homoafetivas. Para bater de frente com a casta mais alta da magistratura e promover caça às bruxas, precisa estar muito convicto do perigo que os gays representam na constituição e ordenação da família. Não se trata só de invocar a independência do juiz, que não pode ser censurado ou processado por uma deliberação fundamentada. Não se trata só de acreditar em Adão e Eva e no Paraíso. Não se trata só de se recusar a provar a maçã e, mesmo assim, afiançar que não gosta. Trata-se de ignorar o fato consumado de relações entre iguais crescerem descontroladamente, enquanto os diferentes que pretendem reagir agarram-se aos seus nichos, fecham-se em copas e procuram defender do contágio algum desavisado da família, que se constituiria no castigo de Deus. Por não amai-vos uns aos outros.
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