O juiz Edilson finalmente veio confirmar o que já se sabia: todo juiz de futebol é ladrão.
Por prejudicar reiteradas vezes os nossos times. Já sai de casa mal-intencionado, anotando na cabeça com que jogador vai implicar, determinado a punir a viadagem do cai-cai, expulsar o primeiro que ousar peitá-lo e assinalar faltas que só ele viu. Fazendo jus a que sua mãe seja homenageada e a levar um soco nos cornos, como deu a Enciclopédia Nilton Santos em Armando Marques. De olho no relógio, vende sua alma para marcar o pênalti que entregará o campeonato para o cartola que pagou mais.
Ao se afogar em dívidas contraídas no bingo, o juiz Edilson foi obrigado a vender jogos para o empresário Gibão obter lucros em seu site de apostas. É por essas e outras que o jogo não é permitido aqui, o brasileiro é propenso à armação de resultados. Cassino, loteria e pôquer existem para ganhar dinheiro e valorizar a noção de risco, e não ficar na mão de amadores que afirmam ser a prisão a sua segunda casa.
O juiz Edilson já se encontra em liberdade por não se tratar de crime hediondo. Como não? Rebaixamento para a segunda divisão é estuprar a alma do torcedor. Roubar a conquista iminente do título é merecedor de apedrejamento como os muçulmanos fazem com as adúlteras. Só pode ser fruto de uma manobra conspiratória de Zé Dirceu, Delúbio e Valério para desviarem o foco da crise de Lula.
Compreensível o aficionado pirar e misturar os canais, injuriando os juízes do STF. O coronel Pantoja foi libertado para aguardar em casa o julgamento da apelação da pena de 228 anos de cadeia, por liderar a execução de dezenove sem-terra em Carajás, em 1996. Por que tanto prurido em não cometer injustiça tamanho é o castigo que transcende a imortalidade? Já se transcorreram nove anos nas delongas processuais, os bons antecedentes de um coronel valem como lei e os mortos que se virem na sepultura.
O juiz Edilson, antes do apito inicial de cada partida, se notabilizava pelo ritual de beijar santinhas e elevá-las ao céu para lhe dar sabedoria e chegar a um bom termo no desfecho de disputas das quais dependia para construir uma sólida e bela carreira.
Hoje Edilson virou sinônimo de palavrão para xingar o árbitro nos estádios, quando ele simplesmente falha na interpretação da regra. Nada como a voz do povo atuando como num Coliseu a punir os culpados com uma presteza que embasbaca o Poder Judiciário, na certeza de que a verdadeira justiça somente prevalece depois da morte.
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