O juiz André Pasquale Scavone, de São Paulo, resolveu tirar o corpo fora quanto às graves denúncias contra Serra no livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, alegando que “não é este o juízo que vai dizer se os fatos narrados são ou não verdadeiros”. No entanto, concedeu ao Serra uma indenização de caráter simbólico de mil reais por danos morais pelo “oportunismo eleitoral” do livro, lançado às vésperas das eleições de 2010, por ser “inequívoca a intenção dos réus de atingir a imagem de Serra”. Quer sentença mais sem pé nem cabeça? Ser ou não ser? Se o interesse era preservar a imagem do tucano, o juiz deveria censurar a obra e impedir a venda do material ofensivo. Contudo, cadê peito em plena democracia? Serra não é um rei como Roberto Carlos! E se o juiz não tem convicção para discernir o que é verdadeiro ou não, com que propósito fixar a ridícula fiança de R$ 1.000,00 e liberar o livro que liquida com a credibilidade do Serra? Valor ínfimo que acabou custando caro, pois avalia o teor das denúncias apenas sob o prisma de não arranhar a imagem do PSDB, entrando em choque com o julgamento do mensalão que, em nenhum momento, se preocupou em salvaguardar o PT. Contraditoriamente, a decisão, por empurrar com a barriga para instâncias superiores e cair no marasmo da lerdeza judicial, contribuirá para prosseguir na corrosão da imagem do Serra, podendo, por tabela, prejudicar a candidatura de Eduardo Campos. Ambos estão de caso.
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