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KASSAB, GAY?

Cansada do machismo paulista, que imagina psicanálise ir pra cama com a sexóloga, Marta jogou a toalha. Diante da derrota humilhante para um Kassab, que ajoelha para rezar, com freqüência, devoto a um Serra. Violou a privacidade e incentivou preconceito contra o Kassab, impregnada do mesmo moralismo com que a julgam. Clodovil desmente, de forma a não deixar dúvida, que ser gay seria um demérito e comprometeria a capacidade de governar. Temos que respeitar o legítimo direito de quem não quer sair do armário. Gay ou não, Marta enxovalhou sua trajetória para descobrir o mistério do homem que encantou a maior cidade do país, sem ser nenhum Gabeira. Segundo Suplicy, uma pessoa pode ser solteira a vida toda e ter comportamento exemplar na política. Não foi por outro motivo que Marta mandou passear o politicamente correto e foi procurar sua turma. Marta não nasceu para ser Hebe Camargo. Suas aulas de educação sexual na TV não surtiram efeito. Há uma implicância com quem tira prazer no exercício do poder. Se quiser sentir o gosto, que faça por trás, de modo a ninguém ver. Assim, não ofende.

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Antonio Carlos Gaio:
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